sexta-feira, 26 de junho de 2015

Sodades

Bateu uma saudade hoje... saudades daqueles que já não posso rever, transfigurados da forma humana, presentes para a memória, na memória. Ainda sorrio ao ouvir internamente suas doces palavras, ao viver seus sábios ensinamentos, ao sentir seus eternos carinhos vivos na recordação. Bateu saudades daqueles que foram afastados de mim pela própria vida, não separados, apenas distanciados pelo coração e pelos pensamentos, pelo olhar, pelo tocar. Saudades dos amores que nunca superei, nunca supero. Saudades daqueles que foram separados de mim pela distância, pela ausência física que ainda arde em meus pulmões, que anseio para reencontrar por um acaso nada coincidente, por um imã eletromagnético dos corações pulsantes, vibrantes de calor. Saudades dos que conhecem meus caminhos, cada degrau e cada ladrilho ausente, dos que admiram a lua ao trilhar-me, dos que em mim vêem um espelho de águas. Saudade do que eu sempre quis e nunca foi, saudade de acreditar. Saudades do que fui, do que sou, do que serei. Saudades de tudo ser uma coisa só, de ser tudo. Sodades.

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