quarta-feira, 13 de março de 2013

O Amor é Azul (Luzes Brancas e Amarelas)


Vejo as pessoas entre as muralhas cinzas de janelas verdes
Serenas, tranquilas ou entediadas, compenetradas
Nem olham pra fora da janela
Iluminadas por cores branca e amarela
Enquanto lá fora, o laranja, o cinza, o verde e o azul
O branco, o rosa se mesclam e se desfazem

Concentradas e enlatadas
Adoro contemplá-las
Um moço olha pros lados, como que verificando
Pois está fazendo algo errado
A moça ao lado nem percebe
Está inerte
Em seus cliques e telas em tons de preto e branco
Acima, entrando e saindo, vagando
Com um feto em seu ventre
Não está concentrada em trabalho
E sim em sair do ambiente
Tranquila, quase me mira ao fechar sua janela
Porém sua cela não está apenas na sala
E sim no que isso nos cala...
Já um pouco mais embaixo, porém em um mesmo estado
Outra moça não para de digitar
Quisera que fosse sua história, ou uma memória
De sua imaginação que sonha mesmo acordada

Janelas abertas, janelas fechadas, porém todas vidradas
Sob luzes brancas e amarelas
Na janela cibernética quase universal
Que eu mesma uso pra contar tal retrato
Seu azul não é do céu
O seu branco é palidez
Covardia de enfrentar o mundo de uma vez!

O azul é tão lindo, mesmo que artificial
Porém, invariavelmente,
Contrasta com azul do céu.

Que viver é mais certo, nessa vida cruel?

2012

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