Minha esperança está quebrada
Não é mais uma égua alada
Ou um arco-íris vendando meus olhos
Minha esperança toma outra forma
A de sapiência, ainda juveníl
Porém não mais infantil
Que de todos ao meu redor
Sempre achamos, não vemos
Que a consciência é uma coisa só
Entre os seres alados, aguados e carnívoros
A morte é a porta da vida
A morte é a vida
Herança cósmica infinda
Que passa misteriosamente
Da vida
Pra morte
Pra vida
Se nos sentimos mal por consumirmos sangue
A seiva consumirá nossos restos divinos
Nós autofagicamente consumiremos nossa energia
Nossa alegria de viver...
Não se limita a um mero prazer
Mas a um anseio que nos mata
Para tentarmos ser
Procurando entender que manifestação é essa da Terra
Que nos cospe do magma, expele do barro
Sua própria consciência buscando se conhecer
Querendo saber o que é que fazemos aqui?
Por que matamos, pra que consumir?
Pra que se fundir a um ser e ser um?
Para se enobrecer e culpar uns aos outros
Pela grande miséria do nosso estorvo
Pela triste verdade de que o ser humano não passa
De um poço de podridão
Que nossa beleza é sermos iguais uns aos outros
Que ninguém dentre si guarda maior tesouro
Que seu irmão ou que qualquer outro
Que somos todos falhos, pedaços de esgoto
É isso que é lindo
A fraqueza de um é a de outro
Somos todos iguais
Restos mortais
De um centelho, um fagulho
Que não se apaga jamais,
Mesmo se nós mesmos, sim.
13/07/2012
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