terça-feira, 24 de setembro de 2013

Cântico Filosófico da Águia

Invoco o espírito da águia
Minha antepassada
Pelo batuque da malucada
Em meu sangue emana
A intuição do universo
Me ensinando o que devo fazer

Berimbau ecoa, woa woa
Me inspirando na luta
Que devo enfrentar
Garra, coragem, determinação
São as forças que me dirigem
Através do espaço-tempo
Para que cada movimento
Seja parte de uma só canção

Observo com a mesma importância
Meu semelhante, meu distante
Cada um tem seu lugar

Minha existência é aceleração constante
É movimento sem instante
Sou tudo que sou, e por isso
Tudo que serei

Sou uma com o universo
Sou um grão de areia que forma a praia
Sou um átomo inquieto, formando e transformando
Sou o bicho selvagem, a flor delicada
A folha seca que baila ao vento
Sou eu, sou você
Sou amor infinito, ódio contido
Sou chama, sou chuva
Sou tudo, sou uma

Como cada átomo é meu ser
E eu ser deles
Uma melodia
Zunindo em harmonia
Infinitas músicas contínuas
Entrelaçam seus caminhos
Vibram, oscilam
Preenchendo um espaço esquisito
O tempo
Indefinido
Sempre presente
Existente a cada momento
Presente, passado, futuro
Mas não se pode parar nele
Procuro ver além do escuro
Elevar minha consciência
Para além das ciências
Conectar-me com o espírito único
Assim, tudo saberei
Sem mesmo muito saber
Estar em contato com o "eu"
É natureza profunda
Oriunda de uma sopa cósmica
De energias e fluxos
De mistérios ocultos
De razão, força e coração
De interligação
Entre, tudo
Tudo!

Somos imaginação
Uma mera vibração materializada
Enquanto ainda escarna
Diminui, reduz, repara
Sua vida para
Envelhece lentamente
Um infante permanente
Com cabelos brancos

Sou uma árvore, meu sangue é seiva
A ave, que pousa em meus galhos
Pedaço de um retalho
Com respeito, eu percebo
O que crio vem de meu seio
Tudo um, há um só
Um só ventre, bem maior
Que meus olhos, meu suor
Só minha alma pode perceber
Só meu espírito sabe reconhecer

28/07/2010


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