sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Seres Azuis

Seres Azuis I

As folhas constantemente em movimento
(E que movimento belo)
A borboleta azul me acompanhando a todo momento
As folhas borboletando ao vento
Borboleta azul, destemida
Banha-se na queda d´água
Atravessa a cachoeira
Convida-me
"Adentre o mundo da borboletagem,
Sem medo
De que a água lhe enxurre ao fundo.
Como tu quando chegaste
Estou completamente só
Como o pássaro que te acompanhaste
Em um instante de solidão"
Estando todos sós
Pelo menos nisto estamos juntos
Folhas e borboletas se confundem soltas aos ventos
Tão graciosas
Tão simples
Flores se confundem com beijos avermelhados
Lábios carnudos
Em pétalas tão finas
Cores vibrantes, plantas vivas
Plantas-bichos
Hora a folha amarelo-vibrante se ajeita sensivelmente pelo ar
Hora, da mesma cor, a borboleta passa a gracejar
Hora, o verde louro vira folha nas pedras da cachoeira
Hora, como um alva pena, uma semente vaga para repousar na água
Hora eu sou gente, hora eu sou bicho
Hora, 
Eu não sou mais nada

03/10/2013

Seres Azuis II

Palavras não faladas
Sons
Apenas  borbulhar da água
Cantos, somente da mata
A libélula -
Hora como eu, parada
Contemplando o rio
Nada mais
Hora voando em pares
Criando formas no espaço aéreo
Desenhos que tatuam o ar
E novamente retorna a mirar as águas inquietas
Os passarinhos, nos olhamos
Coexistimos

Retorna a borboleta safira
Que aqui primeiro me recebeu
Sou eu, ela, a libélula
Até mesmo o passarinho
Que me abanou com suas asas que cortavam o ar
Seres azuis
Seres das matas ciliares
Azul que emana desse verde
Desse cinza, marrom e amarelo
Dar
Receber
Emanar
Ser

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